sexta-feira, 6 de março de 2009

Tema -- O outro lado de Nós:os Outros --- O especialismo



Conceitos fundamentais:

De acordo com o Curso em Milagres o único relacionamento que existe é o relacionamento entre o Criador e a sua criação, isto é, entre o Pai e o Filho.

Essa relação é indissolúvel, eterna e imutável. Porém, o Filho pode esquecer-se dessa realidade, perdendo, temporariamente, a lembrança de quem é e acreditar que vive separado do seu Criador. Uma vez sozinho, no seu desengano, acredita-se limitado, carente, imperfeito e pecador. Esta visão de si mesmo causa-lhe angústia e zanga. Todas as suas limitações aparentes são testemunho da sua fragilidade, da sua imperfeição, o que ele rejeita vividamente.
Esta sensação de insatisfação, de isolamento e de incapacidade de se realizar e expressar em absoluto, sem qualquer tipo de restrição, leva-o a viver em raiva e descontentamento contínuo. Acredita, então, que através dos outros pode compensar-se pela perda que sente existir em si, de toda a sua plenitude. Procura neles a satisfação das suas necessidades, sendo que as suas necessidades não são mais do que as crenças que tem acerca daquilo que acredita não ter.

O seu estado permanente de insatisfação pela imperfeição/limitação em que se vê, desde que nasce, leva o ser humano a acumular no seu inconsciente uma crescente raiva, da qual não está consciente, de forma geral. Essa raiva passa a ser o alimento e suporte fundamental da organização do seu psiquismo e emocionalidade.

A raiva latente é, então, projectada para fora de si mesmo, numa tentativa de ver, fora de si, aquilo que ele não consegue integrar e resolver em si mesmo. A este fenómeno dá-se o nome de projecção. A relação com os outros, passa, então, a ser o reflexo de uma “projecção” dos aspectos do seu inconsciente que quer esquecer ou, simplesmente, não deseja reconhecer em si.

Assim sendo a nossa maior, verdadeira e única necessidade e carência fundamental é a de restabelecermos (ao nível da consciência) a união com o Criador, com o Pai, com a Vida e de com Ela fazermos as pazes, reconhecendo-A como a Fonte Essencial da Harmonia, Perfeita, ilimitada e eterna.

Para o curso todos os relacionamentos que temos espelham aspectos nossos conscientes ou mesmo os escondidos no inconsciente. Por isso a relação com os outros torna-se a nossa maior dádiva, na medida em que nos revela o que escondemos de nós próprios nos domínios do inconsciente.

Podemos pois esquematizar, de forma muito simples, a forma como o Curso apresenta os relacionamentos:

Relação com Deus

Relação consigo mesmo

Relação com os outros/ mundo

O propósito fundamental do Curso consiste em nos oferecer um método sistemático de eliminação dos medos, conflitos e dúvidas que a raiva latente gera a cada instante na nossa interacção com o mundo/outros.

Sendo a maior necessidade do ser humano a de se saber aceite, aprovado e reconhecido, a melhor resposta à sensação de separação e abandono é a de satisfazermos essa carência, oferecendo aceitação e reconhecimento, ao nível da nossa intenção - Exercício de União Suprema.
O Curso chama de amor ao acto de aceitação e reconhecimento da verdadeira identidade do outro. A não valorização dos seus erros, derivados da percepção ilusória de se sentir pequeno, frágil, imperfeito e falível, cria uma expectativa sobre o outro que influencia o seu comportamento e reacções. A oferta feita ao outro, reverte a favor de quem a oferece, já que todas as experiências reflectem aspectos de quem as vive.

Por esse ponto de vista o Curso oferece-nos uma visão dos relacionamentos bastante diferente do habitual:

1. As “piores” pessoas ou as “mais difíceis” são aquelas que maior oportunidade de cura nos oferecem.
2. A nossa reacção a elas é indicadora de quanto essa dádiva é importante para a cura.
3. Toda a dor que os outros nos causam mais não é do que o espelho das crenças distorcidas que temos acerca de quem somos e de como somos.
4. Cada pessoa que encontramos pode apresentar-se-nos, apenas, de duas formas: a pedir amor ou a dar amor.
5. Um pedido de amor (união, reconhecimento, aprovação) pode parecer-nos como um ataque, um insulto. Assim é porque o pedido de amor do outro reflecte o nosso próprio pedido de amor (união, reconhecimento, aprovação).
6. Quando respondemos com amor ( união, reconhecimento, aprovação) não temos nada a recear pois a causa do ataque foi suprida.
7. A resposta de amor reconhece-se pela intenção de união e aceitação, não na concordância de algo do qual discordamos.
8. O curso oferece-nos uma lição particularmente importante sobre este tema: “Se eu me defendo, sou atacado.”

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